Diferença Cultural no Amor
O que é realmente importante num relacionamento? Será que conseguimos encontrar alguém perfeito, que nos complete totalmente? Parece que, quando uma pessoa vai bem num certo sentido da vida, fica para trás em outro. É o caso de uma mulher que é super afetiva e digna de muita confiança, mas que, na visão de seu namorado, carece de uma cultura mais sofisticada. Ela é bonita, se cuida bem e oferece ao seu homem a tranqüilidade que ele nunca teve. Além do mais, ela é bastante desinibida no sexo, não deixando nada a desejar na cama.O problema, se é que de fato existe um problema, é que seu namorado tem uma formação acadêmica bem sólida, acostumado com uma roda de amigos que sempre têm uma opinião formada sobre quase tudo.Por várias vezes ele declarou que sentia uma defasagem muito grande entre eles e que ela não alcança o nível que ele desejaria para uma companheira. Foi com esse papo que ele tentou a separação por várias vezes. E nestas ocasiões, ela continuou a seu lado dizendo que o amava, apesar de tudo. Lá no fundo de si, numa região de difícil acesso para quem está sempre ocupado com tantos livros, ele reconhece o valor que esta mulher tem em sua vida. Por isso, acaba voltando para ela, sem no entanto compreender muito bem o que acontece. Ele tem uma imensa dificuldade de fazer contato com seu lado afetivo e por isso acha pouco o que sua mulher lhe proporciona.De um lado ele a julga pobre por sua falta de cultura, de outro, falta-lhe maturidade emocional para relaxar e se entregar a um relacionamento. Diante dessa história eu pergunto: quem é inteligente e quem é burro? A quantidade de informações que alguém possa ter não garante a sabedoria do coração. É muita gente que freqüenta universidades e que na hora de se relacionar não tem um pingo de solidariedade, de calor humano. Outros, que não tem muito estudo, são fraternos e dispostos a se aprofundar numa relação.Não estou dizendo aqui que não é bom ler, estudar e adquirir mais cultura. Educação é fundamental. Mas não podemos perder de vista que, ao mesmo tempo, podemos cultivar a humildade e valorizar o amor, sem impor a ele tantas condições.
Por Sergio Savian
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